Muriqui-do-norte
Muriqui-do-norte
O muriqui-do-norte, também conhecido como mono ou mono-carvoeiro, é um primata endêmico da Mata Atlântica dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. No passado ocorria também na Bahia, mas atualmente encontra-se extinto neste Estado. É o maior primata das Américas, podendo pesar até cerca de 15 kg.
O muriqui-do-norte não apresenta dimorfismo sexual, tanto em relação ao tamanho corporal quanto à dentição. A distinção entre machos e fêmeas é feita pela observação da genitália, que pode ser facilmente distinguida. Os machos adultos apresentam testículos relativamente grandes e as fêmeas adultas possuem clitóris proeminente. Diferenças também podem ser percebidas entre um indivíduo e outro, sendo possível distingui-los. Esses primatas, quando adultos, apresentam certa despigmentação no pelo da região da face e da genitália, gerando padrões diferentes entre os indivíduos.
São primatas arborícolas diurnos e capazes de se movimentar rapidamente entre as árvores, principalmente em virtude de seus longos braços e cauda preênsil (capaz de se agarrar a alguma coisa, no caso, aos troncos das árvores). São animais sociais e vivem em grupos com vários machos e várias fêmeas, não apresentando hierarquia social. Possuem baixa agressividade e têm o hábito de se abraçarem.
Geralmente, tornam-se maduros sexualmente a partir do 5º ano de idade. Normalmente, as fêmeas migram para outros grupos sociais com 6 anos para se reproduzir e têm primeiro filhote por volta dos 9 anos. Elas geram um filhote por gestação, que normalmente dura por volta de 7 meses e ocorre a cada três anos. Ao nascer, o filhote é carregado pela mãe até o desmame.
A dieta dessa espécie é composta principalmente de frutos e folhas, mas também consomem brotos, flores e cascas de árvores.
De acordo com a Lista Oficial da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, estabelecida pela instrução normativa n° 3, de 27 de maio de 2003 e editada pelo Ministério do meio Ambiente (Brasil/MMA, 2003), os muriquis-do-norte encontram-se criticamente ameaçados de extinção. Este grau de ameaça está relacionado à sua distribuição geográfica restrita, com habitat muito fragmentado, com continuada fragmentação na extensão de ocorrência e no tamanho populacional, além da previsão de redução em 80% da população em três gerações em razão da diminuição de habitat e caça humana.
Segundo o Plano Nacional para a Conservação dos Muriquis, elaborado pelo ICMBio, em 2011, as principais ameaças à espécie são a perda de vegetação nativa e fragmentação de habitats, queimadas, perda da qualidade de habitats, caça para consumo humano, caça para criação doméstica, tráfico, comercialização, turismo de natureza e doenças.
Fontes:
JERUSALISNKY, L.; TALEBI, M.; MELO, F. R. (Eds.). 2011. Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Muriquis. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
BRASIL/MMA. 2003. Instrução normativa n° 03, de 27 de maio de 2003: Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção. Ministério do Meio Ambiente (MMA), Brasília. Diário Oficial da União – Seção 1 101: 88–97.
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