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    Uacari-branco

    Uacari-branco

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    Os uacaris-brancos (Cacajao calvus calvus), considerados dos menos conhecidos macacos da Amazônia, foram descritos pela primeira vez em 1847 pelo zoólogo francês Isidore Geoffroy Saint-Hilaire e citados em poucas outras observações pelo naturalista inglês Henry Walter Bates, na década de 1850, na região de Tefé (Amazonas).

    Essa espécie pertence a um grupo denominado Cacajao calvus, conhecido popularmente como uacaris de cara vermelha, por associação ao rubor facial. Neste grupo são reconhecidas mais três subespécies: Cacajao calvus rubicundusCacajao calvus novaesi e Cacajao calvus ucayalii. Existem também os uacaris-pretos (Cacajao melanocephalus), do qual fazem parte duas subespécies: Cacajao melanocephalus melanocephalus e Cacajao melanocephalus ouakary

    Em 2008, uma nova espécie de uacari-preto foi descoberta, denominada de Cacajao ayresi em homenagem ao pesquisador José Márcio Ayres. Todos as formas de uacaris citadas acima são exclusivas do oeste da Amazônia.

    O primata possui diversos nomes populares como uacaris, acaris e macaco inglês para o grupo Cacajao calvus, e uacari-preto e bicó para o grupo Cacajao melanocephalus. Dentre esses sete tipos de uacaris, o único estudado por mais tempo foi o uacari-branco, que habita a maior parte da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
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    Os uacaris de cara vermelha ocorrem em florestas inundadas dos rios de água barrenta de origem andina, os chamados "rios de água branca", enquanto os uacaris-pretos vivem, principalmente, nas matas inundadas de rios de água escura, originários da própria bacia amazônica.

    Pouquíssimos macacos chamam tanto a atenção quanto os uacaris- brancos. Existem diversas hipóteses para as suas caudas curtas e faces vermelhas, porém, ainda não há uma explicação definitiva para essas diferenciadas características. Além disso, estes macacos são os únicos que vivem exclusivamente em florestas inundadas da Região Amazônica.
    Os uacaris-brancos vivem em bandos de até 50 indivíduos e passam a maior parte do dia se alimentando ou viajando em busca de alimentos. Acordam ao alvorecer e chegam a viajar 5 quilômetros num só dia. Sua dieta consiste de frutos usualmente imaturos e de casca muito dura, da mesma família da castanha-do-pará, de onde retiram sementes muito ricas em proteínas e energia. Esses frutos geralmente são desprezados por outros macacos. Na seca, quando os frutos escasseiam, comem insetos, brotos e néctar. Vivem nos topos das árvores, e raramente descem ao chão. Ao fim do dia, o bando se acomoda em galhos muito altos e sem folhas, como proteção contra predadores, e ocupa três ou quatro árvores para dormir tão logo o Sol se põe.

    A gestação dessa espécie de primata dura quase seis meses, os filhotes em geral nascem no fim do ano, época mais seca, e dependem da mãe até o ano seguinte, quando fazem as primeiras incursões a sós, no entanto, sem se afastarem muito. Os indivíduos adultos medem de 50 a 60 centímetros de comprimento e os machos chegam a pesar pouco mais que 4 quilos. Os bandos são grandes e, durante a procura de alimentação, se dividem em subgrupos, pois nem sempre as árvores de que se alimentam comportam a todos.
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    A caça não consiste fator de risco para a sobrevivência da espécie, porque a semelhança entre o uacari-branco com os seres humanos possibilita sua proteção de caçadores. Por outro lado, macacos como os guaribas, coatás e macacos-pregos são muito usados na alimentação amazônica. Os riscos de extinção vêm da destruição ambiental. O desmatamento e a extração seletiva da floresta constituem as piores ameaças, pois o uacari-branco é um dos mais vulneráveis primatas da Amazônia. A criação da Reserva de Mamirauá, em 1990, é a principal ação para sua preservação e defesa.

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