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    pato-mergulhão

    O pato-mergulhão (Mergus octosetaceus).
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    É uma das espécies de aves aquáticas mais raras do mundo, considerada criticamente em perigo de extinção em nível global segundo a União Mundial para a Natureza - UICN.
    Características Morfológicas
    Destaca-se o longo penacho nucal e os pés vermelhos. O bico negro é longo, estreito e serrilhado nas bordas.
    É uma ave delgada, com comprimento total entre 48 e 55 cm e peso médio de 800 gramas.
    A cabeça e o pescoço são escuros, com reflexos verde-metalizados. O dorso, a cauda e as asas são cinza-amarronzados, enquanto o peito e o abdome são mais claros, com um discreto estriado.
    Não existe diferença externa entre o macho e a fêmea, mas quando o casal é visto junto, é possível perceber que os machos em geral são ligeiramente mais robustos. Na estação reprodutiva, o penacho das fêmeas se danifica, ficando bem mais curto, o que facilita a identificação dos sexos.
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    Distribuição
    Esta espécie é originalmente encontrada no Brasil, Paraguai e Argentina.
    No Brasil, nas últimas décadas, o pato-mergulhão tem sido registrado em apenas algumas localidades nos estados de Minas Gerais, Goiás e Tocantins. Na região da Serra da Canastra, em Minas Gerais, encontra-se a maior população conhecida desta espécie.
    Alguns poucos indivíduos foram observados isoladamente há mais de uma década no Paraguai e Argentina. Não se tem conhecimento do tamanho destas populações nestes países.
    Habitat
    O pato-mergulhão habita rios e riachos de águas límpidas, com corredeiras e margeados por vegetação nativa.
    Alimentação
    Alimenta-se principalmente de peixes e também de invertebrados aquáticos. Na Serra da Canastra o seu principal item alimentar é o lambari.
    Os peixes são capturados nos mergulhos, que podem durar até 30 segundos.
    Vocalização
    Apresenta diferentes vocalizações. A mais evidente é similar ao latido agudo de um cachorro. Sua chamada de alarme é um áspero “crók-crók” realizada principalmente durante o vôo, além de um suave chamado de contato − “rrek-rrek-rrek”.
    Comportamento
    O casal permanece junto durante todo o ano. Descansam sobre as pedras no meio do rio ou em suas margens e, quando perturbados, voam rapidamente rente à superfície da água ou se escondem na vegetação ribeirinha. Além de raro, é muito arisco e, por isso, é tão difícil de ser visto.
    O período reprodutivo  estende-se de maio a setembro, sendo junho e julho os meses mais comuns para a incubação e a eclosão dos ovos.
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    Os ninhos são construídos em ocos de árvores, fendas em paredões rochosos e em cavidades de barrancos de terra nas margens dos rios.
    A postura é de até oito ovos. Durante a incubação, a fêmea permanece no ninho, saindo apenas pra alimentar-se, enquanto o macho passa a maior parte do tempo nas proximidades.
    Os filhotes acompanham os pais por cerca de seis meses.
    Ameaças
    O pato-mergulhão é extremamente sensível à degradação e perda de seu ambiente natural. Por isso é considerado um bom indicador da qualidade dos ambientes aquáticos.
    Dentre as maiores ameaças a esta espécie estão:
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    - a destruição de matas ciliares e conseqüente perda de árvores de maior porte, e a degradação das margens e dos leitos dos cursos d’água
    - o uso de pesticidas nas pastagens e lavouras que são carregados para os cursos d’água
    - a mineração, que impacta diretamente os cursos d’água e, consequentemente, sua fauna associada
    - a construção de barragens, as quais modificam profundamente os ambientes aquáticos
    - as atividades esportivas mal planejadas realizadas ao longo dos cursos d´água
    Fonte: Instituto Terra Brasilis

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